terça-feira, 8 de março de 2011

O lado dark do Cisne


A certa altura do filme, a mãe Erica pergunta à filha, Nina:

- O que aconteceu com a minha doce filha?
 
Ela replica:
-Ela se foi!

Essa é só uma premissa que Cisne Negro pode nos proporcionar: terror, admiração, agonia e por que não? Êxtase.
Filme dirigido pelo aclamado Darren Aronosfsky (o mesmo de PI, Réquiem para um sonho e O Lutador) conta a história de Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina de uma companhia de balé da cidade de Nova Iorque, cuja vida é totalmente dedicada à sua profissão. Ela vive com a mãe controladora, ex-bailarina, Erica (Barbara Hershey, assustadora) que a trata como um bebê: muitas vezes é a própria mãe que lhe tira os brincos da orelha quando vai dormir, não deixa que ela tranque a porta do quarto, ou melhor, não dá um pingo de privacidade à filha.

O diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel, cafa como sempre) decide substituir a 1ª bailarina da companhia, Beth Macintyre (competente atuação, mesmo que seja curta de Winona Ryder) para produção da abertura da nova temporada, O Lago dos Cisnes. A história do famoso balé conta sobre a Princesa Odette foi transformada em um cisne e só terá seu feitiço quebrado por um amor puro. A esperança aparece em forma de um príncipe, mas sua irmã gêmea, Odile o seduz e trai. Odette, em desespero, se mata.
Leroy escolhe Nina, que é perfeita para o papel de Odette: meiga, virginal, doce. Mas, a bailarina tem sérias dificuldades para encarnar Odile, o famoso Cisne Negro.
A partir daí, Nina terá que enfrentar a forte concorrência de Lily (a ótima Mila Kunis), que parece ter nascido para o papel de Odile, a pressão da companhia na sua performance, a tirânica direção de Leroy e principalmente, trazer seu lado mais sombrio para fora.

Bobagem quem for assistir esperando o filme sobre balé, até porque muitas bailarinas profissionais disseram que quem entende realmente de dança há erros crassos no filme (mesmo com intenso treinamento de Natalie e Mila). O filme é um trilher psicológico. E coloque isso em ponto de sustenido maior!!

Confesso que os primeiros 40 minutos do filme são lentos e mórbidos, mas para a metade que o filme pega fogo, e aí a sanidade de Nina já está comprometida. Para mim, o filme fala: “você sabe quem é você? E o que você realmente quer?”. Nina não sabia: a vida dela era técnica e procurar atender tudo que lhe pediam. Quando ela começa a encarar o seu lado “dark”, nada mais é que encontrar o próprio Eu. Confuso? Talvez seja, mas filme é cheio de mensagens subliminares e contrastes.
Confesso que demorei para assisti-lo, e me aventurei em filmes mais leves como “O Discurso do Rei” e “Bravura Indômita” (que fico ainda devendo as críticas dos dois aqui). Mas valeu a pena a espera. “Cisne Negro” é típico filme que te joga contra a parede e te pergunta: Até que ponto você é Nina? Ou até que ponto você é Lily?
Vamos às interpretações...
Cassel sempre fica bem de cafa, não me lembro de um filme que ele aparece amoroso ou sincero. Ardiloso e maldito, seu Thomas é praxe para qualquer sádico.

Barbara Hershey é Erica, já disse lá em cima que ela é assustadora? E se é! Tem uma cena que ela compra um bolo para Nina, baunilha com recheio de morango, como diria a própria: “o seu preferido”. Ela corta um pedaço grande, o qual a filha rejeita porque está com estômago embrulhado. Ela, imediatamente, ameaça jogá-lo no lixo, num rompante de pura chantagem emocional. Ou melhor, ela sempre criou a filha assim. No fundo, nenhuma delas são amigas. Mas isso já é outra história...

A sumida Winona dá as graças (depois de atacar de larapia em lojas famosas de New York) no filme e ainda por cima, nos brinda com uma interpretação típica do que ela está vivendo: uma bailarina decadente e desesperada.

Mila Kunis, para mim, é uma das melhores coisas do filme. A garota está bárbara! Cheia de vitalidade e força, e um lado divertido e malicioso, bem longe do seu personagem mais famoso, a Jackie do seriado “That´ 70´s Show” .

O que falar de Natalie Portman? Corajosa a moça, hein? Não é qualquer uma que encararia numa boa a personagem Nina. Apesar que...ainda não é o melhor papel dela, hein? Apesar disso, ela se envolveu tanto com trabalho que acabou ficando grávida e noiva do coreógrafo que a treinou, Benjamin Millepied (aliás, ele aparece no filme, fique de olho!).

Durante um ano ela dedicou-se horas de treinamento. Na primeira fase foram 5 horas e mais próximo das filmagens, 10 horas. Emagreceu exageradamente (como vocês poderão conferir no filme) e ainda por cima se jogou de cabeça em cada detalhe do seu personagem. Só espero que ela continue sã, depois de um filme desses (e ainda por cima ficando grávida, bem... não recomendaria). Afinal, muitos atores ficaram depressivos ou meio eremitas por um tempo depois de papéis tão intensos. Sem contar, ela acabou de ganhar o Oscar, que muitos falam que tem a tal da maldição...

Por tudo isso, Cisne Negro é um ritual macabro à procura do lado mais obscuro do ser humano. A cena mais emocionante do filme é também, uma das mais bonitas produzidas no cinema: quando Nina finalmente se apresenta como Odile e é tomada por asas negras enormes.
Mas esteja preparado (a), é uma viagem em tanto!

O lado dark do Cisne


A certa altura do filme, a mãe Erica pergunta à filha, Nina:

- O que aconteceu com a minha doce filha?
 
Ela replica:
-Ela se foi!

Essa é só uma premissa que Cisne Negro pode nos proporcionar: terror, admiração, agonia e por que não? Êxtase.
Filme dirigido pelo aclamado Darren Aronosfsky (o mesmo de PI, Réquiem para um sonho e O Lutador) conta a história de Nina Sayers (Natalie Portman), uma bailarina de uma companhia de balé da cidade de Nova Iorque, cuja vida é totalmente dedicada à sua profissão. Ela vive com a mãe controladora, ex-bailarina, Erica (Barbara Hershey, assustadora) que a trata como um bebê: muitas vezes é a própria mãe que lhe tira os brincos da orelha quando vai dormir, não deixa que ela tranque a porta do quarto, ou melhor, não dá um pingo de privacidade à filha.

O diretor Thomas Leroy (Vincent Cassel, cafa como sempre) decide substituir a 1ª bailarina da companhia, Beth Macintyre (competente atuação, mesmo que seja curta de Winona Ryder) para produção da abertura da nova temporada, O Lago dos Cisnes. A história do famoso balé conta sobre a Princesa Odette foi transformada em um cisne e só terá seu feitiço quebrado por um amor puro. A esperança aparece em forma de um príncipe, mas sua irmã gêmea, Odile o seduz e trai. Odette, em desespero, se mata.
Leroy escolhe Nina, que é perfeita para o papel de Odette: meiga, virginal, doce. Mas, a bailarina tem sérias dificuldades para encarnar Odile, o famoso Cisne Negro.
A partir daí, Nina terá que enfrentar a forte concorrência de Lily (a ótima Mila Kunis), que parece ter nascido para o papel de Odile, a pressão da companhia na sua performance, a tirânica direção de Leroy e principalmente, trazer seu lado mais sombrio para fora.

Bobagem quem for assistir esperando o filme sobre balé, até porque muitas bailarinas profissionais disseram que quem entende realmente de dança há erros crassos no filme (mesmo com intenso treinamento de Natalie e Mila). O filme é um trilher psicológico. E coloque isso em ponto de sustenido maior!!

Confesso que os primeiros 40 minutos do filme são lentos e mórbidos, mas para a metade que o filme pega fogo, e aí a sanidade de Nina já está comprometida. Para mim, o filme fala: “você sabe quem é você? E o que você realmente quer?”. Nina não sabia: a vida dela era técnica e procurar atender tudo que lhe pediam. Quando ela começa a encarar o seu lado “dark”, nada mais é que encontrar o próprio Eu. Confuso? Talvez seja, mas filme é cheio de mensagens subliminares e contrastes.
Confesso que demorei para assisti-lo, e me aventurei em filmes mais leves como “O Discurso do Rei” e “Bravura Indômita” (que fico ainda devendo as críticas dos dois aqui). Mas valeu a pena a espera. “Cisne Negro” é típico filme que te joga contra a parede e te pergunta: Até que ponto você é Nina? Ou até que ponto você é Lily?
Vamos às interpretações...
Cassel sempre fica bem de cafa, não me lembro de um filme que ele aparece amoroso ou sincero. Ardiloso e maldito, seu Thomas é praxe para qualquer sádico.

Barbara Hershey é Erica, já disse lá em cima que ela é assustadora? E se é! Tem uma cena que ela compra um bolo para Nina, baunilha com recheio de morango, como diria a própria: “o seu preferido”. Ela corta um pedaço grande, o qual a filha rejeita porque está com estômago embrulhado. Ela, imediatamente, ameaça jogá-lo no lixo, num rompante de pura chantagem emocional. Ou melhor, ela sempre criou a filha assim. No fundo, nenhuma delas são amigas. Mas isso já é outra história...

A sumida Winona dá as graças (depois de atacar de larapia em lojas famosas de New York) no filme e ainda por cima, nos brinda com uma interpretação típica do que ela está vivendo: uma bailarina decadente e desesperada.

Mila Kunis, para mim, é uma das melhores coisas do filme. A garota está bárbara! Cheia de vitalidade e força, e um lado divertido e malicioso, bem longe do seu personagem mais famoso, a Jackie do seriado “That´ 70´s Show” .

O que falar de Natalie Portman? Corajosa a moça, hein? Não é qualquer uma que encararia numa boa a personagem Nina. Apesar que...ainda não é o melhor papel dela, hein? Apesar disso, ela se envolveu tanto com trabalho que acabou ficando grávida e noiva do coreógrafo que a treinou, Benjamin Millepied (aliás, ele aparece no filme, fique de olho!).

Durante um ano ela dedicou-se horas de treinamento. Na primeira fase foram 5 horas e mais próximo das filmagens, 10 horas. Emagreceu exageradamente (como vocês poderão conferir no filme) e ainda por cima se jogou de cabeça em cada detalhe do seu personagem. Só espero que ela continue sã, depois de um filme desses (e ainda por cima ficando grávida, bem... não recomendaria). Afinal, muitos atores ficaram depressivos ou meio eremitas por um tempo depois de papéis tão intensos. Sem contar, ela acabou de ganhar o Oscar, que muitos falam que tem a tal da maldição...

Por tudo isso, Cisne Negro é um ritual macabro à procura do lado mais obscuro do ser humano. A cena mais emocionante do filme é também, uma das mais bonitas produzidas no cinema: quando Nina finalmente se apresenta como Odile e é tomada por asas negras enormes.
Mas esteja preparado (a), é uma viagem em tanto!