sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Até as últimas consequências–fanfic para Hakushaku to Yousei–Capítulo I

“Tudo que fiz foi para salvar meu grande amor, Edgar. Passei por provações inimagináveis, enfrentei todos os tipos de obstáculos com o peito aberto. Encarei infernos, fiz pactos, provoquei, abaixei minha cabeça em sinal de respeito e tive que sujar as minhas mãos… Agora o resultado disso não sei onde irá parar. Sei que posso arcar com as mais diversas consequências, mas não me arrependo nem um minuto. Faria tudo de novo… sem sombra de dúvida.”

Trecho do diário de Lydia Carlton Ashenbert

Opening(abertura):

Ali Project– Troubadour

Capítulo I - Réquiem para Edgar Ashenbert

Sugestão de trilha: K. 626- Réquiem de Wolfgang Amadeus Mozart - Introitus

Eram as primeiras horas do crepúsculo. O pôr do Sol era um mix entre o dourado, o cinza e o vermelho, que instigava de alguma maneira o emocional de Lydia. Uma agitação crescia de forma violenta dentro do seu coração, sentia que algo muito, muito ruim estava para acontecer, mas não sabia com evitá-lo.

- Mamãe, essa flor é pra você! – o seu filho pequenino segurava uma flor-de-íris, provavelmente, roubada de um dos jardins da mansão.

- Obrigada, meu querido! – e o beijou carinhosamente.

Ela sentiu um vento frio passar pelo corpo. “Oh, Deuses, o que será isso?”, pensou assustada. E então, Lydia em um impulso o abraçou. O menininho beijou sua face, e disse:

- Te amo, viu?

- E te amo mais, viu? – respondeu com a voz meio embargada.

Por mais que abraçasse o filhinho o tormento não a deixava. Balançou a cabeça diversas vezes para afungentar essa sensação.

O sentimento de algo terrível estava para acontecer cresceu. Foi quando escutou a chegada da comitiva de Edgar, seu coração pulou aos saltos.

“Preciso proteger Edgar!”.  Queria correr até ele, agarrá-lo como fosse para protegê-lo de qualquer maldade que podia golpeá-lo.

Sugestão de trilha: K. 626- Réquiem de Wolfgang Amadeus Mozart – Kyrie ou Dies irae

Desceu a imensa escada da mansão, onde com uma mão segurava a saia longa de seu vestido azul-marinho e com a outra, o corrimão. Quando tinha chegado ao último degrau, ela viu Tompkins ao pé da soleira esperando pelo conde.

Chegou mais perto e viu Edgar abrir-se em um sorriso caloroso do qual ela já estava acostumada. Então, de repente, ouviu-se um estampido surdo e cruel e tudo mudou de cena. Ela sentiu o chão fugir do seus pés. O olhar vivo e alegre de Edgar transformou-se em surpresa e horror. Lydia pôde ver que uma mancha de sangue tingia com veemência o seu peito e esse fato parecia a  afirmação da inquietação que sentiu durante todo dia.

Ela saiu correndo até ele. Enquanto isso, o conde foi amparado pelos assessores. Raven, que estava atrás de Lydia para recepcioná-lo, saiu em disparada, impulsivamente, atrás daquele que foi o autor do disparo que acertou em cheio o peito do seu mestre.

Lydia empurrou todos em desespero e colocou Edgar em seus braços. Enquanto isso, aos berros, ela pediu um médico o mais urgente possível. Ela o aninhou como fosse Aurthur e, inconscientemente, tentava de modo desesperado estancar o sangue com a mão.

- Edgar resista!! Edgar resista!! Vamos!! – suplicava ela.

- Ly, está doendo muito! Está doendo muito!!

Ele apertou o braço dela com mais força, a respiração ficava mais ofegante a cada minuto e depois começou a enfraquecer.

- Fica comigo, Edy! Fica comigo!!!

O sangue brotava de tão maneira, que escorria pela mão e já começava a infiltrar a manga do seu vestido. “Não é possível!! Isso não!!”, era só que pensava.

- Vamos!! Alguém chame um médico! Rápido, por favor! – ela gritava desesperadamente.

- Ly, me ajuda!! Me ajuda!! Não quero morrer!! Não agora!!

- Não fala isso!! – ordenou Lydia – nós prometemos que iríamos morrer velhinhos, lembra-se?? Os dois juntos!! E assim que vai ser!!

- Ly! Ly! Está ficando tudo escuro! Tudo escuro… – dizia com voz débil.

Lydia começou a chacoalhá-lo e dizer:

- Por favor, Edy!! Resista!! Resista!!!!!! Fica comigo!! Fica comigo!!

Mas, o corpo cedeu e sua respiração que ficava fraca a cada segundo, cessou.

- Edgar!!! Fica comigo!!! Fica comigo!!!

Os olhos cor de malva acinzentados, que ela amava tanto, agora, fitavam o céu, sem vida.

E ela gritou em plenos pulmões:

- EDGAR!!!!!!

Edgar estava morto.

Ending (fechamento):

Nota da autora: Bem, aí está o capítulo de estreia da fic. Ok, ela já começa um tanto “pesada” com a morte de Edgar. E de que outro jeito eu poderia começá-la? Confesso que quando escrevi, ao final, fiquei aos prantos, ainda mais ao som do Réquiem de Mozart, que acredito ser uma das obras mais assustadoras e magníficas já feitas. Espero que você continue lendo porque esse só é o começo, mesmo parecendo um fim… Até o próximo capítulo! Ops, até a próxima semana!

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