sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo VIII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

No centro de um Coração Pungente

Sugestão de trilha: Pugna Infinita (Puella Magi Madoka Magica – OST)

Hécate levou-os por um túnel que era iluminado por tochas, enquanto que Cerbero ia na frente, como um bom cão de guarda. Quando chegaram no final do túnel, eles deram de cara com um pântano que era rodeado de um neblina fosca e muito fria. Lydia puxou a manta para mais perto do corpo para aquecê-la.

- Pois bem, outro barqueiro, Ascálafo, virá buscá-los e levá-los aos territórios de Hell. E Lydia…

- Sim?

Hécate mordeu o lábio inferior tomando coragem para dizer:

- Acredito que vocês irão passar por alguma provação… Ou talvez, não… Pode ser um palpite.

Lydia respirou fundo. E diante dos fatos, fez uma reverência com uma humildade exemplar que no fundo deixou a velha senhora comovida. E como era o feitio da fairy doctor que sempre quebrava os protocolos, aproximou-se e deu um beijo em seu rosto. Hécate pegou na sua mão e disse:

- Coragem! Sei que mesmo com essa feição meiga, seu coração é forte. Boa Sorte!

- Muito obrigada por tudo, agradeceu Lydia.

A senhora retribuiu com um sorriso, o que era raro, e seguiu o caminho de volta.

Alguns minutos depois, o barco de Ascálafo havia chegado. O barco negro, que lembrava uma esquife, era majestoso, mas não deixava de ser amedontrador. O barqueiro o estacionou e disponibilizou uma rampa  para que o casal subisse.

Já dentro da embarcação, Raven solicitou que ele os levassem até a Hell.

- Como queiram! Mas, espero que ela esteja com o humor melhor que ontem…

Os dois ficaram curiosos com as palavras do barqueiro, mas não ousaram perguntar o que teria tirado o bom humor da Rainha da Morte. “Só espero que não seja algo que envolva o Edgar”, pensou Lydia.

Depois de algum tempo, a embarcação ancorou em uma praia. Mas não era do tipo que Lydia e Raven conheciam. Era mais sinistra, ausente de Sol, iluminada por uma Lua quarto minguante. A areia parecia ser feita de sodalitas em grãos finos, mas ao pisar, parecia fofa. O barqueiro, então, apontou para a direção de uma caverna que estava em meio a um rochedo alto, trabalhado pelas intempéries do tempo e do clima.

- É por lá a entrada do castelo da senhora Hell.- disse Ascálafo apontando para o local e continuou: - Sigam até a bifurcação. Lá haverá duas escadas: uma que levará para os andares superiores e outra para os inferiores. Escolham a dos andares inferiores. Lá haverá alguém para recepcioná-los. Boa Sorte!

Sugestão de trilha: Umbra Nigra (Puella Magi Madoka Magica – OST)

E assim prosseguiram na jornada. A entrada da caverna causava calafrios em Lydia e, sensível como era, Raven percebeu o seu desconforto e mais uma vez ofereceu o braço. Mas, quando entraram na caverna, ela, novamente, ficou hesitante.

- Vamos, milady! Lord Edgar conta conosco!

- Tem razão! Vamos!! – agora mais cheia de coragem.

Sem dúvida, o interior da caverna era bem lúgubre, o tipo de lugar que causaria arrepios em uma pessoa mais impressionável. “Não posso me esquecer! É por Edgar”, pensou a fairy doctor apertando a aliança da mão esquerda.

Depois de alguns metros toparam com dois lances de escadas, assim como foi indicado pelo barqueiro.  E seguiram os conselhos do mesmo, optando pela que descia. Conforme desciam, eles ouviram sussurros, murmúrios e lamentos. Não era possível distinguir a direção de onde vinham. O lugar iluminado por parcas lamparinas, deixava Lydia mais nervosa. Raven continuava impassível, próprio de alguém que viu várias agruras do mundo.

No último degrau, uma mão apanhou o braço de Lydia de forma repentina. Ela, por sua vez, não se conteve e soltou um grito. Raven sacou a adaga para protegê-la, mas a fairy doctor ordenou:

- Não, Raven, não! Não estamos no nosso território, estamos no submundo!

E então, diante dos olhos deles, surgiu um homenzinho franzino, era um leprechaun.

- Calma, minha senhora! Calma, meu senhor! – disse o homenzinho. Ele, então, fez uma reverência e apresentou-se: – Sejam bem-vindos, sou Tomte e os levarei até a senhora Hell.

- Eu agradeço humildemente – saudou Lydia retribuindo com mesura.

- A senhora é muito gentil, condessa Cavaleiro Azul, falou Tomte.

A fairy doctor ficou assombrada e perguntou-se como ele sabia sobre isso.

- Pois bem, vamos lá? – convidou o homenzinho.

Sugestão de trilha: Track 3 (Another – OST)

E assim foram. No caminho o ar ficava mais denso a cada passo dado, enquanto que alguns murmúrios e súplicas ainda persistiam. E o mais estranho, parecia que Tomte estava acostumado àquele lugar. Nem ele e nem Raven pareciam incomodados com os sussurros horripilantes. Lydia arrepiou-se toda quando pensou que Edgar poderia estar entre eles.  E como lesse seu pensamento, Tomte virou-se para trás e declarou:

- Não, ele não está entre eles, se isso a deixa aliviada. Não me pergunte como sei. Apenas sinto…

Lydia suspirou um pouco mais calma, apesar do coração estar muito pesado. De repente, eles estavam diante de uma porta de ferro imensa e que o homenzinho, mesmo parecendo frágil, a abriu sem grandes dificuldades. Quando esta descerrou-se surgiu diante dos seus olhos um salão majestoso, apesar de soturno. O assoalho era decorado em preto e branco, muito parecido com um tabuleiro de xadrez. Várias estantes que continham cadernos (ou seriam livros ?) com nomes de pessoas.

Seguiram e chegaram em um canto onde estava uma espreguiçadeira envolta por véus e lá a silhueta de uma mulher. Ao lado um cálice com uma bebida que parecia vinho. Tomte os anunciou com extremo respeito e a mulher puxou um dos véus e assim Lydia encontrou-se pela primeira vez com Hell, a Senhora de Outro Submundo.

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Aí está o seguimento da fanfic. E vamos a caminho da morada de Hell. Também denominada por Hel, Hela, a Deusa nórdica, que é filha Loki (o Deus dos ladrões) e a gigante Angrboda. Se eu contar mais… bem, aí entrego o ouro. Eu a particularmente a adoro! Vale a pena conferir um pouco mais sobre ela em Deusa Hel. Esse capítulo é intermediário, porque o próximo, segure-se nas cadeiras. Bem, a gente se vê semana que vem! Até lá e obrigada por ler a fanfic.

Até as últimas consequências–Capítulo VIII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

No centro de um Coração Pungente

Sugestão de trilha: Pugna Infinita (Puella Magi Madoka Magica – OST)

Hécate levou-os por um túnel que era iluminado por tochas, enquanto que Cerbero ia na frente, como um bom cão de guarda. Quando chegaram no final do túnel, eles deram de cara com um pântano que era rodeado de um neblina fosca e muito fria. Lydia puxou a manta para mais perto do corpo para aquecê-la.

- Pois bem, outro barqueiro, Ascálafo, virá buscá-los e levá-los aos territórios de Hell. E Lydia…

- Sim?

Hécate mordeu o lábio inferior tomando coragem para dizer:

- Acredito que vocês irão passar por alguma provação… Ou talvez, não… Pode ser um palpite.

Lydia respirou fundo. E diante dos fatos, fez uma reverência com uma humildade exemplar que no fundo deixou a velha senhora comovida. E como era o feitio da fairy doctor que sempre quebrava os protocolos, aproximou-se e deu um beijo em seu rosto. Hécate pegou na sua mão e disse:

- Coragem! Sei que mesmo com essa feição meiga, seu coração é forte. Boa Sorte!

- Muito obrigada por tudo, agradeceu Lydia.

A senhora retribuiu com um sorriso, o que era raro, e seguiu o caminho de volta.

Alguns minutos depois, o barco de Ascálafo havia chegado. O barco negro, que lembrava uma esquife, era majestoso, mas não deixava de ser amedontrador. O barqueiro o estacionou e disponibilizou uma rampa  para que o casal subisse.

Já dentro da embarcação, Raven solicitou que ele os levassem até a Hell.

- Como queiram! Mas, espero que ela esteja com o humor melhor que ontem…

Os dois ficaram curiosos com as palavras do barqueiro, mas não ousaram perguntar o que teria tirado o bom humor da Rainha da Morte. “Só espero que não seja algo que envolva o Edgar”, pensou Lydia.

Depois de algum tempo, a embarcação ancorou em uma praia. Mas não era do tipo que Lydia e Raven conheciam. Era mais sinistra, ausente de Sol, iluminada por uma Lua quarto minguante. A areia parecia ser feita de sodalitas em grãos finos, mas ao pisar, parecia fofa. O barqueiro, então, apontou para a direção de uma caverna que estava em meio a um rochedo alto, trabalhado pelas intempéries do tempo e do clima.

- É por lá a entrada do castelo da senhora Hell.- disse Ascálafo apontando para o local e continuou: - Sigam até a bifurcação. Lá haverá duas escadas: uma que levará para os andares superiores e outra para os inferiores. Escolham a dos andares inferiores. Lá haverá alguém para recepcioná-los. Boa Sorte!

Sugestão de trilha: Umbra Nigra (Puella Magi Madoka Magica – OST)

E assim prosseguiram na jornada. A entrada da caverna causava calafrios em Lydia e, sensível como era, Raven percebeu o seu desconforto e mais uma vez ofereceu o braço. Mas, quando entraram na caverna, ela, novamente, ficou hesitante.

- Vamos, milady! Lord Edgar conta conosco!

- Tem razão! Vamos!! – agora mais cheia de coragem.

Sem dúvida, o interior da caverna era bem lúgubre, o tipo de lugar que causaria arrepios em uma pessoa mais impressionável. “Não posso me esquecer! É por Edgar”, pensou a fairy doctor apertando a aliança da mão esquerda.

Depois de alguns metros toparam com dois lances de escadas, assim como foi indicado pelo barqueiro.  E seguiram os conselhos do mesmo, optando pela que descia. Conforme desciam, eles ouviram sussurros, murmúrios e lamentos. Não era possível distinguir a direção de onde vinham. O lugar iluminado por parcas lamparinas, deixava Lydia mais nervosa. Raven continuava impassível, próprio de alguém que viu várias agruras do mundo.

No último degrau, uma mão apanhou o braço de Lydia de forma repentina. Ela, por sua vez, não se conteve e soltou um grito. Raven sacou a adaga para protegê-la, mas a fairy doctor ordenou:

- Não, Raven, não! Não estamos no nosso território, estamos no submundo!

E então, diante dos olhos deles, surgiu um homenzinho franzino, era um leprechaun.

- Calma, minha senhora! Calma, meu senhor! – disse o homenzinho. Ele, então, fez uma reverência e apresentou-se: – Sejam bem-vindos, sou Tomte e os levarei até a senhora Hell.

- Eu agradeço humildemente – saudou Lydia retribuindo com mesura.

- A senhora é muito gentil, condessa Cavaleiro Azul, falou Tomte.

A fairy doctor ficou assombrada e perguntou-se como ele sabia sobre isso.

- Pois bem, vamos lá? – convidou o homenzinho.

Sugestão de trilha: Track 3 (Another – OST)

E assim foram. No caminho o ar ficava mais denso a cada passo dado, enquanto que alguns murmúrios e súplicas ainda persistiam. E o mais estranho, parecia que Tomte estava acostumado àquele lugar. Nem ele e nem Raven pareciam incomodados com os sussurros horripilantes. Lydia arrepiou-se toda quando pensou que Edgar poderia estar entre eles.  E como lesse seu pensamento, Tomte virou-se para trás e declarou:

- Não, ele não está entre eles, se isso a deixa aliviada. Não me pergunte como sei. Apenas sinto…

Lydia suspirou um pouco mais calma, apesar do coração estar muito pesado. De repente, eles estavam diante de uma porta de ferro imensa e que o homenzinho, mesmo parecendo frágil, a abriu sem grandes dificuldades. Quando esta descerrou-se surgiu diante dos seus olhos um salão majestoso, apesar de soturno. O assoalho era decorado em preto e branco, muito parecido com um tabuleiro de xadrez. Várias estantes que continham cadernos (ou seriam livros ?) com nomes de pessoas.

Seguiram e chegaram em um canto onde estava uma espreguiçadeira envolta por véus e lá a silhueta de uma mulher. Ao lado um cálice com uma bebida que parecia vinho. Tomte os anunciou com extremo respeito e a mulher puxou um dos véus e assim Lydia encontrou-se pela primeira vez com Hell, a Senhora de Outro Submundo.

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Aí está o seguimento da fanfic. E vamos a caminho da morada de Hell. Também denominada por Hel, Hela, a Deusa nórdica, que é filha Loki (o Deus dos ladrões) e a gigante Angrboda. Se eu contar mais… bem, aí entrego o ouro. Eu a particularmente a adoro! Vale a pena conferir um pouco mais sobre ela em Deusa Hel. Esse capítulo é intermediário, porque o próximo, segure-se nas cadeiras. Bem, a gente se vê semana que vem! Até lá e obrigada por ler a fanfic.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo VII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

O Luto pode se transformar em Vida?

Sugestão de trilha: Sabaku to Kaze (Claymore – OST)

A senhora bateu três vezes com o cajado na imensa porta de madeira ornamentada por esculturas. A porta abriu-se e um senhor os atendeu. Ele a cumprimentou com familiaridade, sendo que Hécate apresentou o casal e seguiu rumo à sala principal.

As paredes do castelo eram forradas por plantas como boa-noite, esqueleto e heras que se entrelaçavam entre si, de tal forma que pareciam correntes e elos. Durante o trajeto, Lydia viu vários jardins de flores noturnas que exalavam um cheiro delicioso.

Quando chegaram à sala principal, reparou que a decoração, embora tivesse móveis no estilo masculino, tinha o toque de uma mulher. E acima de três degraus havia uma mesa enorme e várias pessoas discutindo, correndo de lá para cá. No centro dela, estava um homem alto, forte, de cabelos lisos, mas levemente ondulados, compridos e negros. Tinha olhos azuis e uma barba muito bem aparada. Ao lado dele, havia uma máquina que Lydia nunca tinha visto na vida. E que ele manipulava com destreza. Ela perguntou para si mesma, o que seria.

Hécate parou no topo da pequena escada e o chamou:

- Hades, você tem um minuto?

O homem a olhou ressabiado e indagou:

- Sobre o que seria, minha senhora?

- Trago esses dois jovens…

- Eles marcaram audiência?, questionou ainda ríspido.

- Não, mas eles vieram em caráter de…

- Urgência! – completou ele. – Todos vêm em caráter de urgência! Veja só, minha senhora – e apontou para a papelada que estava em cima da mesa, assim como as pessoas que estavam ao seu redor e prosseguiu: – A senhora sabe que logo mais iremos recepcionar diversas almas por conta de uma epidemia. Desculpe, mas não tenho tempo para trivialidades!

- Olha aqui, grosseirão! – provocou Hécate – Você acha que iria atrapalhar seu precioso tempo com alguma besteira?

Sugestão de trilha: Kanashiki Shukumei (Claymore – OST)

Enquanto o bate-boca começou a correr solto, uma jovem de cabelos esvoaçantes entrou no salão de modo silencioso. Seu vestido delicado, parecia ser feito por fadas, e era ornado com bordados com tanta graciosidade, que pareciam pequenas joias. De gestos gentis, rosto meigo e generoso, ela percebeu que Lydia a fitava. Retribuiu o olhar e sorriu de leve para a condessa, sendo que essa devolveu com outro sorriso, ainda que tímido.

Ela aproximou-se mais da mesa e pronunciou-se:

- Hades, querido! Será que sou a única mulher que você trata com respeito? Onde estão seus modos, meu amor? – sem dúvida era uma reprimenda, mas não deixava de ser sutil.

Foi aí que Lydia compreendeu quem era ela… Seu nome era Perséfone, esposa de Hades, Rainha do Submundo.

Hades agora modificava sua feição e tentou justificar-se:

- Querida, se atendermos a cada pessoa que vem aqui…

- Ora, ora, Hades, querido não vê que eles são uma exceção? Não percebeu de quem se trata?

Lydia ficou se perguntando como Perséfone sabia quem era ela.

- Lydia, sei a dor que você está sentindo, mas por favor, acalme-se. Não adianta virar o rosto para o problema quando você está pronta para enfrentá-lo.

A condessa arregalou os olhos ainda inchados de tanto chorar. Tentou balbuciar qualquer coisa, mas não conseguia. Levou as mãos à boca para abafar os soluços. Acalmando-se um pouco, Lydia então disse:

Sugestão de trilha: Hito wo Omou Koto (Claymore – OST)

- Sei que devo enfrentar mas, a cada momento que passa fica mais e mais difícil. Não tenho certeza de nada…

- E justamente, por não ter certeza de nada, que você deve confiar em si mesma. Afinal, onde você esconde todo o seu poder que tem adquirido ultimamente? Que eu saiba, ele não virou o pingente do colar que você carrega…- explicou Perséfone.

Hades percebeu que a situação era mais delicada do que parecia ser e solicitou que os assessores retirassem da sala. Perséfone caminhou até a mesa como estivesse flutuando. Seu andar lembrava a de uma ave graciosa. Sentou-se ao lado do marido e pediu para que Raven e Lydia sentassem.

- Dona Hécate, a senhora já é de casa, sente-se aqui do meu lado.

Pediu para um dos criados alimentassem Cerbero e a uma criada que preparasse alguns sanduíches, “afinal, vocês devem estar com fome, não é?”, perguntou aos visitantes.

- Pois bem, Lydia, sei perfeitamente da sua situação, sei que é duríssimo perder o homem que se ama, mas antes de fazermos a pesquisa, que tal você refletir um pouco?

A fairy doctor prestava atenção a cada palavra dita pela senhora. Como Perséfone mesmo disse, por não ter certeza de nada, era preciso mais do que nunca ser forte.

- Em primeiro lugar, o que você quer realmente?

- Eu quero…

A Rainha do Submundo, então, foi em direção a ela, chegou mais perto, segurou suas mãos e falou baixinho:

- Ly, você não está só. Antes de ser a fairy doctor, a Lady Ashenbert, a condessa Cavaleiro Azul, você é Lydia Carlton…

Só por Perséfone tê-la chamado de Ly, exatamente como Edgar fazia, foi a gota-d’água para desabar-se em um choro doído e cheio de soluços. Perséfone a abraçou e disse bem baixinho:

- De qualquer modo vai acabar tudo bem… – virou-se para o marido e pediu para que ele fizesse uma busca sobre a entrada da alma de Edgar no reino.

E Lydia viu Hades consultar a estranha máquina que tinha visto anteriormente. Enquanto isso, a criada servia uma pequena refeição para os presentes.

- Se ele estiver aqui, Ly, veremos em que as condições que a alma dele encontra-se e…

Sugestão de trilha: Anima Mala (Puella Magi Madoka Magica – OST)

- Ele não está aqui! – respondeu Hades.

- Tem certeza, queridinho?

- Absoluta! Você sabe, meu amor, que confiro todo o processo desde a inserção dos que chegam, dos que partem e a conferência de todos os dados.

- Eu bem que suspeitei que ele não estivesse aqui – afirmou Hécate pensativa. – Afinal, ele chama muito a atenção…

- Se ele não está aqui, onde pode estar? – parecia Lydia que indagava-se a si mesma.

Os integrantes da submundo entreolharam-se e Hades, tomando coragem, perguntou:

- Você já verificou com a Hell, Lydia?

A fairy doctor percebeu que o nome não lhe era estranho, mas não conseguia associá-lo com quem.

- Desculpe a minha ignorância, mas quem é a Hell?, perguntou humildemente Lydia.

- Hell é a Senhora do Outro Submundo. Para lá vão os mortos que, geralmente, tiveram uma morte trágica. Há também os que têm espíritos muito violentos e que necessitam de disciplina. E só a Hell pode domá-los. Mas não é o caso do Edgar… mas em todos os casos…

- Mas por que o Edgar teria ido para lá?, questionou a condessa.

- Lydia, isso é o que menos importa! – advertiu o Senhor do Submundo e completou: – O mais importante é priorizar sua ida para lá.

- E de que modo posso ir para lá? Aliás, eu e Raven?

Hécate levantou-se e respondeu de forma generosa:

- Posso indicar o caminho!

Lydia abaixou a cabeça e disse em tom respeitoso:

- Peço-lhes permissão para que partamos imediatamente, pois estamos com pouco tempo.

- Que assim seja, minha querida! – abençou Perséfone.

- E que vocês sejam vitoriosos nessa viagem! – desejou Hades de forma gentil.

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Eu disse… a cada capítulo essa fic pega fogo! E como gosto disso! Bem, aqui somos apresentados ao casal Perséfone e Hades. Provavelmente, muita gente conhece sobre o mito de Perséfone: a garota gentil e ingênua que foi raptada enquanto colhia flores em um campo pelo Senhor dos Infernos, o Hades. Passado um tempo, sua mãe, Deméter, desesperada por não encontrar a filha e não consegui-la trazer de volta, provoca uma revolta: como ela é a Senhora da Colheita, a sua maior arma é ter deixado toda a Grécia sem um grãozinho se quer de comida. E toca o Senhor do Olímpio, Zeus, interceder por ela. Como ele e o Hades são irmãos, a coisa ficou mais fácil. E antes de voltar para mãe, Hades deu uma romã para Perséfone comer. Mas na altura do campeonato, ela já estava mais do que apaixonada. Conclusão, ela fica na Terra junto com a mãe por 6 meses (Primavera e Verão) e volta ao lado do marido nos outros 6 meses (Outono e Inverno). Particularmente, acho o mito sensacional e mostra o quanto uma mulher pode amadurecer quando encara uma situação de frente. E aí, ela consegue forças do seu mais profundo ser para conseguir sair dessa. Se você se interessar, há vários links sobre o mito e até vivências. É só fazer uma busca no Google.

Mas, voltando à fic, o importante aí que Lydia vai crescendo à medida que ela vai percorrer esse caminho em busca da alma do Edgar. No próximo capítulo, iremos para o mundo da Hell. E prepare-se que serão dois capítulos intensos. Bem, até lá! Beijos e obrigada por ler a fic.

Até as últimas consequências–Capítulo VII

(fanfic II para Hakushaku to Yousei)

Opening (Abertura):

O Luto pode se transformar em Vida?

Sugestão de trilha: Sabaku to Kaze (Claymore – OST)

A senhora bateu três vezes com o cajado na imensa porta de madeira ornamentada por esculturas. A porta abriu-se e um senhor os atendeu. Ele a cumprimentou com familiaridade, sendo que Hécate apresentou o casal e seguiu rumo à sala principal.

As paredes do castelo eram forradas por plantas como boa-noite, esqueleto e heras que se entrelaçavam entre si, de tal forma que pareciam correntes e elos. Durante o trajeto, Lydia viu vários jardins de flores noturnas que exalavam um cheiro delicioso.

Quando chegaram à sala principal, reparou que a decoração, embora tivesse móveis no estilo masculino, tinha o toque de uma mulher. E acima de três degraus havia uma mesa enorme e várias pessoas discutindo, correndo de lá para cá. No centro dela, estava um homem alto, forte, de cabelos lisos, mas levemente ondulados, compridos e negros. Tinha olhos azuis e uma barba muito bem aparada. Ao lado dele, havia uma máquina que Lydia nunca tinha visto na vida. E que ele manipulava com destreza. Ela perguntou para si mesma, o que seria.

Hécate parou no topo da pequena escada e o chamou:

- Hades, você tem um minuto?

O homem a olhou ressabiado e indagou:

- Sobre o que seria, minha senhora?

- Trago esses dois jovens…

- Eles marcaram audiência?, questionou ainda ríspido.

- Não, mas eles vieram em caráter de…

- Urgência! – completou ele. – Todos vêm em caráter de urgência! Veja só, minha senhora – e apontou para a papelada que estava em cima da mesa, assim como as pessoas que estavam ao seu redor e prosseguiu: – A senhora sabe que logo mais iremos recepcionar diversas almas por conta de uma epidemia. Desculpe, mas não tenho tempo para trivialidades!

- Olha aqui, grosseirão! – provocou Hécate – Você acha que iria atrapalhar seu precioso tempo com alguma besteira?

Sugestão de trilha: Kanashiki Shukumei (Claymore – OST)

Enquanto o bate-boca começou a correr solto, uma jovem de cabelos esvoaçantes entrou no salão de modo silencioso. Seu vestido delicado, parecia ser feito por fadas, e era ornado com bordados com tanta graciosidade, que pareciam pequenas joias. De gestos gentis, rosto meigo e generoso, ela percebeu que Lydia a fitava. Retribuiu o olhar e sorriu de leve para a condessa, sendo que essa devolveu com outro sorriso, ainda que tímido.

Ela aproximou-se mais da mesa e pronunciou-se:

- Hades, querido! Será que sou a única mulher que você trata com respeito? Onde estão seus modos, meu amor? – sem dúvida era uma reprimenda, mas não deixava de ser sutil.

Foi aí que Lydia compreendeu quem era ela… Seu nome era Perséfone, esposa de Hades, Rainha do Submundo.

Hades agora modificava sua feição e tentou justificar-se:

- Querida, se atendermos a cada pessoa que vem aqui…

- Ora, ora, Hades, querido não vê que eles são uma exceção? Não percebeu de quem se trata?

Lydia ficou se perguntando como Perséfone sabia quem era ela.

- Lydia, sei a dor que você está sentindo, mas por favor, acalme-se. Não adianta virar o rosto para o problema quando você está pronta para enfrentá-lo.

A condessa arregalou os olhos ainda inchados de tanto chorar. Tentou balbuciar qualquer coisa, mas não conseguia. Levou as mãos à boca para abafar os soluços. Acalmando-se um pouco, Lydia então disse:

Sugestão de trilha: Hito wo Omou Koto (Claymore – OST)

- Sei que devo enfrentar mas, a cada momento que passa fica mais e mais difícil. Não tenho certeza de nada…

- E justamente, por não ter certeza de nada, que você deve confiar em si mesma. Afinal, onde você esconde todo o seu poder que tem adquirido ultimamente? Que eu saiba, ele não virou o pingente do colar que você carrega…- explicou Perséfone.

Hades percebeu que a situação era mais delicada do que parecia ser e solicitou que os assessores retirassem da sala. Perséfone caminhou até a mesa como estivesse flutuando. Seu andar lembrava a de uma ave graciosa. Sentou-se ao lado do marido e pediu para que Raven e Lydia sentassem.

- Dona Hécate, a senhora já é de casa, sente-se aqui do meu lado.

Pediu para um dos criados alimentassem Cerbero e a uma criada que preparasse alguns sanduíches, “afinal, vocês devem estar com fome, não é?”, perguntou aos visitantes.

- Pois bem, Lydia, sei perfeitamente da sua situação, sei que é duríssimo perder o homem que se ama, mas antes de fazermos a pesquisa, que tal você refletir um pouco?

A fairy doctor prestava atenção a cada palavra dita pela senhora. Como Perséfone mesmo disse, por não ter certeza de nada, era preciso mais do que nunca ser forte.

- Em primeiro lugar, o que você quer realmente?

- Eu quero…

A Rainha do Submundo, então, foi em direção a ela, chegou mais perto, segurou suas mãos e falou baixinho:

- Ly, você não está só. Antes de ser a fairy doctor, a Lady Ashenbert, a condessa Cavaleiro Azul, você é Lydia Carlton…

Só por Perséfone tê-la chamado de Ly, exatamente como Edgar fazia, foi a gota-d’água para desabar-se em um choro doído e cheio de soluços. Perséfone a abraçou e disse bem baixinho:

- De qualquer modo vai acabar tudo bem… – virou-se para o marido e pediu para que ele fizesse uma busca sobre a entrada da alma de Edgar no reino.

E Lydia viu Hades consultar a estranha máquina que tinha visto anteriormente. Enquanto isso, a criada servia uma pequena refeição para os presentes.

- Se ele estiver aqui, Ly, veremos em que as condições que a alma dele encontra-se e…

Sugestão de trilha: Anima Mala (Puella Magi Madoka Magica – OST)

- Ele não está aqui! – respondeu Hades.

- Tem certeza, queridinho?

- Absoluta! Você sabe, meu amor, que confiro todo o processo desde a inserção dos que chegam, dos que partem e a conferência de todos os dados.

- Eu bem que suspeitei que ele não estivesse aqui – afirmou Hécate pensativa. – Afinal, ele chama muito a atenção…

- Se ele não está aqui, onde pode estar? – parecia Lydia que indagava-se a si mesma.

Os integrantes da submundo entreolharam-se e Hades, tomando coragem, perguntou:

- Você já verificou com a Hell, Lydia?

A fairy doctor percebeu que o nome não lhe era estranho, mas não conseguia associá-lo com quem.

- Desculpe a minha ignorância, mas quem é a Hell?, perguntou humildemente Lydia.

- Hell é a Senhora do Outro Submundo. Para lá vão os mortos que, geralmente, tiveram uma morte trágica. Há também os que têm espíritos muito violentos e que necessitam de disciplina. E só a Hell pode domá-los. Mas não é o caso do Edgar… mas em todos os casos…

- Mas por que o Edgar teria ido para lá?, questionou a condessa.

- Lydia, isso é o que menos importa! – advertiu o Senhor do Submundo e completou: – O mais importante é priorizar sua ida para lá.

- E de que modo posso ir para lá? Aliás, eu e Raven?

Hécate levantou-se e respondeu de forma generosa:

- Posso indicar o caminho!

Lydia abaixou a cabeça e disse em tom respeitoso:

- Peço-lhes permissão para que partamos imediatamente, pois estamos com pouco tempo.

- Que assim seja, minha querida! – abençou Perséfone.

- E que vocês sejam vitoriosos nessa viagem! – desejou Hades de forma gentil.

Ending (Fechamento):

Nota da autora: Eu disse… a cada capítulo essa fic pega fogo! E como gosto disso! Bem, aqui somos apresentados ao casal Perséfone e Hades. Provavelmente, muita gente conhece sobre o mito de Perséfone: a garota gentil e ingênua que foi raptada enquanto colhia flores em um campo pelo Senhor dos Infernos, o Hades. Passado um tempo, sua mãe, Deméter, desesperada por não encontrar a filha e não consegui-la trazer de volta, provoca uma revolta: como ela é a Senhora da Colheita, a sua maior arma é ter deixado toda a Grécia sem um grãozinho se quer de comida. E toca o Senhor do Olímpio, Zeus, interceder por ela. Como ele e o Hades são irmãos, a coisa ficou mais fácil. E antes de voltar para mãe, Hades deu uma romã para Perséfone comer. Mas na altura do campeonato, ela já estava mais do que apaixonada. Conclusão, ela fica na Terra junto com a mãe por 6 meses (Primavera e Verão) e volta ao lado do marido nos outros 6 meses (Outono e Inverno). Particularmente, acho o mito sensacional e mostra o quanto uma mulher pode amadurecer quando encara uma situação de frente. E aí, ela consegue forças do seu mais profundo ser para conseguir sair dessa. Se você se interessar, há vários links sobre o mito e até vivências. É só fazer uma busca no Google.

Mas, voltando à fic, o importante aí que Lydia vai crescendo à medida que ela vai percorrer esse caminho em busca da alma do Edgar. No próximo capítulo, iremos para o mundo da Hell. E prepare-se que serão dois capítulos intensos. Bem, até lá! Beijos e obrigada por ler a fic.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo VI

(fanfic para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

Caminhos Alternativos

Sugestão de trilha: The Departure (Vampire Knight – OST)

- Raven, não temos mais tempo a perder! Vamos direto para o castelo de Hades e Perséfone.

- Mas, milady… convém a senhora fazer uma refeição e trocar de roupa.

Foram tantos acontecimentos que Lydia tinha esquecido desses detalhes. Ela olhou para as mãos ainda marcadas pelo sangue de Edgar e então decidiu voltar para a casa e seguir os conselhos de Raven.

Chegando em sua mansão, a condessa instalou-se em um dos quartos de hóspede. Pediu uma refeição leve, tomou um banho e dispensou as criadas para arrumá-la.

Desde que saiu do seu quarto, decidida a trazer Edgar de volta, Lydia não retornou mais para o seu aposento. “Ao menos, por enquanto…”, pensou. Ela não suportaria ver mais uma vez o marido imóvel no leito.

Foi à procura de Aurthur e descobriu que Sereia e Tytânia colocaram o menino em um sono profundo, até que Lydia retornar-se de sua jornada.

- Foi melhor assim, explicou Tytânia. – a sua carga de responsabilidade já está demais pesada. Ele estará em segurança.

- Assim como o corpo de Edgar, revelou Lugh. – Lydia, já iniciamos o processo de conservação do corpo.

- Obrigada! Podem contar comigo! E vou trazê-lo custe o que custar!

- Boa sorte, fada querida! – desejaram Tytânia e Sereia.

A condessa, como sempre, humildemente, fez uma reverência ao Senhor dos Leprechauns, à Rainha das Fadas e à Soberana dos Sereianos e partiu, acompanhada de Raven, que sabia o caminho.

Lydia estava trajada de modo sóbrio, vestido verde-folha, sem muitos acessórios, apenas sua aliança e  o anel pedra da lua. Para enfrentar o frio  da localidade, optou por um manto azul-marinho e não o vermelho, o seu preferido. Se o escolhesse, poderia parecer petulante e arrogante, e isso não seria de bom tom para o momento.

A carruagem seguiu por um caminho que ela não conhecia, conduzida pelo cocheiro da família e o itinerário estava nas mãos de Raven.

Passado algum tempo, a carruagem parou na beirada de um belo lago e aí, ela viu Raven abrindo-lhe a porta e anunciando:

- Milady, aqui é nossa primeira parada.

Raven e Lydia  aproximaram-se do lago e ele fez um sinal para que o cocheiro partisse.

- Ele sabe o caminho de volta? – perguntou Lydia.

- Sim, senhora! Agora, observe…

Sugestão de trilha: Mystical Night Class (Vampire Knight – OST)

O homem-fada deu assovio quase inaudível aos ouvidos humanos. Pouco a pouco o lago foi aumentando de tamanho até virar um rio imenso e ao longe, Lydia pôde ver, uma barca aproximando-se.

Ela questionou-se como Raven sabia sobre isso, mas a tensão do momento, não a permitiu indagar para seu mordomo.

A barca era reluzente, imponente e tinha um ar feérico. Lembrava até aquelas embarcações para piratas, talvez por causa do tamanho que assustava, mas tinha mais luxo e classe. O barqueiro estacionou-a e colocou um acesso para que os dois subissem. Quando chegou a vez de Lydia, estendeu as mãos a fim de facilitar a entrada da condessa na embarcação. Já a postos, o barqueiro então apresentou-se:

- Bom-dia, meu nome é Queronte e serei responsável pela travessia rumo ao castelo do meu senhor Hades. Trouxeram as passagens?

Raven tirou algumas moedas de ouro, mas não as correntes na Inglaterra ou mesmo na Escócia, mas de origem desconhecida por Lydia. E mais uma vez, não teve coragem de perguntar. O barqueiro checou os últimos detalhes e seguiu viagem.

- Tens horário marcado?

Quando Raven disse que a visita era de caráter de urgência e que não houve tempo hábil para tal formalidade, o barqueiro atentou ao semblante triste da moça que o acompanhava. Lydia encontrava-se com o olhar perdido no horizonte.

- A senhora veio à procura de alguém?, perguntou o barqueiro.

A fairy doctor parecia que foi acordada de um sonho e respondeu:

- Sim! Vim por meu amor!

Não era comum amolecer o coração de Queronte, mas naquela circunstância e com a resposta suave e com certo tom de dor, ele não pôde negar em seguir em frente. Ele iria abrir uma exceção. “O senhor Hades não irá gostar, mas conheço uma única mulher que é capaz de fazê-lo ouvir essa moça”, refletiu.

Dado um certo tempo, a barca ancorou em solo firme e em meio ao nevoeiro Lydia fixou o seu olhar no castelo majestoso que se encontrava no alto de uma montanha. “Será que Edgar está lá?”, perguntou-se.

O barqueiro a ajudou a descer da embarcação e Raven veio logo atrás. A região estava fria e muito úmida. Caia uma garoa fina que a deixava com vontade de chorar. Para proteger-se do frio, Lydia colocou o capuz sobre a cabeça. Ela voltou à realidade quando ouviu Raven a convidando:

- Vamos?

Ela acenou positivamente com a cabeça. O mordomo muito gentilmente ofereceu o braço para guiá-la.

Enquanto começavam a caminhar em direção à montanha através de uma estrada com pedras negras que pareciam ônix, Raven confessou quase como murmúrio:

- Pode não parecer, mas estou tão abalado quanto a senhora.

Tudo que ela podia fazer era responder com um sorriso triste e tímido.

O lugar parecia silencioso e os únicos sons que se ouviam eram o vento e o caminhar dos seus sapatos sobre as pedras. Mas aí, Lydia sentiu que estavam sendo seguidos. Parecia o arfar de um cachorro (ou eram mais?), além de um barulho surdo, muito parecido com estocadas de madeira. A curiosidade a atiçava a verificar o que era. Ela virou lentamente a cabeça para trás, mas quando viu quem era, arregalou os olhos, sua respiração ficou um pouco mais acelerada do que normal. Sua agitação foi tanta que fez Raven parar.

Sugestão de trilha: Inevitabilis (Puella Magi Madoka Magica – OST)

E atrás deles estava uma senhora majestosa, magra que vestia um manto cinza bordado com fios de prata e ouro. Seu jeito era gentil, apesar do rosto carrancudo. Ela também tinha parado e estava os encarando. Ao seu lado estava um cão com três cabeças.

Depois de um certo tempo, ela perguntou:

- O que vocês estão fazendo aqui?

Lydia engoliu seco e não conseguiu responder, mas Raven adiantou-se, fez uma reverência e apresentou ambos:

- Perdoe-nos a nossa falta de delicadeza de entrar em vossas terras, senhora…

- Hécate! Pois não, rapazinho?

- Sou Raven, mordomo pessoal dos Ashenbert, descendentes diretos do Conde Cavaleiro Azul. E esta é Lady Lydia Ashenbert…

- Condessa Cavaleiro Azul e blá, blá, blá!! Quanta cerimônia, não? – retrucou a senhora, que se aproximou do casal.

Lydia já tinha ouvido sobre a Senhora dos Caminhos, Hécate, guardiã dos caminhos de todos os seres humanos, mesmo após passar para o plano espiritual. Sem contar que ela era a juíza suprema de vivos e mortos na escolha de seus caminhos. A fairy doctor mal podia acreditar que estava diante dela.

A senhora parou na sua frente, a encarou e indagou:

- Por que seus olhos estão tão úmidos, minha garota?

- Senhora, estou de luto. – respondeu um pouco apreensiva.

- Hum… – e então Hécate segurou o queixo de Lydia e a olhou bem nos fundos dos olhos. – Deixe-me ver… pelos meus registros você está casada com …

- Edgar. Aliás, eu estava casada… – E a fairy doctor não conseguiu continuar por conta do nó na garganta que quase a sufocava.

Reuniu todas as suas forças e com inocência, perguntou à velha senhora:

- Será que é possível resgatar da morte alguém de quem se ama muito?

Hécate soltou o seu queixo, pousou sua mão sob o cajado e respirou profundamente.

- Vou levá-los ao Hades. Ele que tem o controle da saída e entrada de qualquer alma por aqui. – e continuou, desta vez parecia que falava consigo mesma: – Mesmo que aquele tonto tenha a cabeça oca, é ele que manda aqui!

- Vamos! Sigam-me! A estrada é um pouco longa.

Enquanto andavam, Hécate proferiu um nome tão conhecido por Lydia:

- Edgar Sylvanford, não? Ou seria, Edgar Ashenbert?  Bem, agora não importa! Hum… esse menino deu-me um pouco de trabalho. Pensei que seria um caso perdido e não é que ele me surpreendeu? – e virou-se para ela.

Mesmo estando triste, Lydia conseguiu sorrir. E de repente, uma saudades latente assaltou seu coração. Ansiava desesperadamente por aquele sorriso travesso que ele sempre dava, seus cabelos extremamente louros acariciados pelo vento. E o modo que ele a abraçava, parecia que estava protegida de qualquer maldade. Eram tantos sentimentos envolvidos que ela nem percebeu que o cão de três cabeças seguia ao seu lado.

E algum tempo depois, ouviu-se Hécate dizendo:

- Chegamos!

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Estamos no 6o capítulo da fanfic. Como você pôde perceber, Lydia e Raven começou a se interagir com os Deuses gregos. Hécate é minha velha conhecida nas andanças de Wicca e Neopaganismo. Mas para quem não é dessa religião, tentei trazer um lado mais humano e fofo da velha Senhora. Para quem quer conhecer mais sobre seu mito, vale acessar o link: Hécate - senhora dos caminhos. Digníssima, acho que Hécate irá interferir em favor de Lydia. Vamos ver no próximo capítulo.

Ah, talvez você tenha estranhado o sobrenome do Edgar, Sylvanford e não Ashenbert. Para quem assistiu o animê ou leu mangá, talvez não conhecia essa informação. O sobrenome Sylvanford aparece nas light novels de Mizue Tani, a autora de Hakushaku to Yousei. Isso porque o Edgar (olha o spoiler) nunca foi descendente direto dos Ashenbert. Na verdade, o pai de Edgar era o Duque Sylvanford e conforme vai se lendo o light, a mãe de Edgar, Jean-Mary, era descendente direta de uma família poderosa francesa… Alvo que muito interessava o Príncipe.  Não vou contar mais senão, estraga a surpresa para quem não leu o light novel. Vale a pena conferir! Segue o link (mas os livros estão traduzidos só para o inglês): Earl and Fairy. É do Dearest Fairy, um dos meus sites preferidos.

E uma brincadeira básica que sempre faço com o pessoal otaku… Acredito que Edgar é bisavô  ou tataravô do Usui Takumi (Kaichou wa Maid Sama) pela descendência inglesa dos personagens e do Tamaki Suoh (Ouran Highschool Host Club), pelos dois terem uma linha francesa… Sem contar que suas atitudes lembram o Usui, e o físico, bem é o Tamaki no século XIX, sem os ataques drama queen que ele tem! XD Oh, a viagem! Tudo bem, eu paro (apanha!!). Bem, quanto a fanfic, o próximo capítulo é bem emocionante! Espero vocês na semana que vem! Beijos e até lá!

Até as últimas consequências–Capítulo VI

(fanfic para Hakushaku to Yousei)

Opening(Abertura):

Caminhos Alternativos

Sugestão de trilha: The Departure (Vampire Knight – OST)

- Raven, não temos mais tempo a perder! Vamos direto para o castelo de Hades e Perséfone.

- Mas, milady… convém a senhora fazer uma refeição e trocar de roupa.

Foram tantos acontecimentos que Lydia tinha esquecido desses detalhes. Ela olhou para as mãos ainda marcadas pelo sangue de Edgar e então decidiu voltar para a casa e seguir os conselhos de Raven.

Chegando em sua mansão, a condessa instalou-se em um dos quartos de hóspede. Pediu uma refeição leve, tomou um banho e dispensou as criadas para arrumá-la.

Desde que saiu do seu quarto, decidida a trazer Edgar de volta, Lydia não retornou mais para o seu aposento. “Ao menos, por enquanto…”, pensou. Ela não suportaria ver mais uma vez o marido imóvel no leito.

Foi à procura de Aurthur e descobriu que Sereia e Tytânia colocaram o menino em um sono profundo, até que Lydia retornar-se de sua jornada.

- Foi melhor assim, explicou Tytânia. – a sua carga de responsabilidade já está demais pesada. Ele estará em segurança.

- Assim como o corpo de Edgar, revelou Lugh. – Lydia, já iniciamos o processo de conservação do corpo.

- Obrigada! Podem contar comigo! E vou trazê-lo custe o que custar!

- Boa sorte, fada querida! – desejaram Tytânia e Sereia.

A condessa, como sempre, humildemente, fez uma reverência ao Senhor dos Leprechauns, à Rainha das Fadas e à Soberana dos Sereianos e partiu, acompanhada de Raven, que sabia o caminho.

Lydia estava trajada de modo sóbrio, vestido verde-folha, sem muitos acessórios, apenas sua aliança e  o anel pedra da lua. Para enfrentar o frio  da localidade, optou por um manto azul-marinho e não o vermelho, o seu preferido. Se o escolhesse, poderia parecer petulante e arrogante, e isso não seria de bom tom para o momento.

A carruagem seguiu por um caminho que ela não conhecia, conduzida pelo cocheiro da família e o itinerário estava nas mãos de Raven.

Passado algum tempo, a carruagem parou na beirada de um belo lago e aí, ela viu Raven abrindo-lhe a porta e anunciando:

- Milady, aqui é nossa primeira parada.

Raven e Lydia  aproximaram-se do lago e ele fez um sinal para que o cocheiro partisse.

- Ele sabe o caminho de volta? – perguntou Lydia.

- Sim, senhora! Agora, observe…

Sugestão de trilha: Mystical Night Class (Vampire Knight – OST)

O homem-fada deu assovio quase inaudível aos ouvidos humanos. Pouco a pouco o lago foi aumentando de tamanho até virar um rio imenso e ao longe, Lydia pôde ver, uma barca aproximando-se.

Ela questionou-se como Raven sabia sobre isso, mas a tensão do momento, não a permitiu indagar para seu mordomo.

A barca era reluzente, imponente e tinha um ar feérico. Lembrava até aquelas embarcações para piratas, talvez por causa do tamanho que assustava, mas tinha mais luxo e classe. O barqueiro estacionou-a e colocou um acesso para que os dois subissem. Quando chegou a vez de Lydia, estendeu as mãos a fim de facilitar a entrada da condessa na embarcação. Já a postos, o barqueiro então apresentou-se:

- Bom-dia, meu nome é Queronte e serei responsável pela travessia rumo ao castelo do meu senhor Hades. Trouxeram as passagens?

Raven tirou algumas moedas de ouro, mas não as correntes na Inglaterra ou mesmo na Escócia, mas de origem desconhecida por Lydia. E mais uma vez, não teve coragem de perguntar. O barqueiro checou os últimos detalhes e seguiu viagem.

- Tens horário marcado?

Quando Raven disse que a visita era de caráter de urgência e que não houve tempo hábil para tal formalidade, o barqueiro atentou ao semblante triste da moça que o acompanhava. Lydia encontrava-se com o olhar perdido no horizonte.

- A senhora veio à procura de alguém?, perguntou o barqueiro.

A fairy doctor parecia que foi acordada de um sonho e respondeu:

- Sim! Vim por meu amor!

Não era comum amolecer o coração de Queronte, mas naquela circunstância e com a resposta suave e com certo tom de dor, ele não pôde negar em seguir em frente. Ele iria abrir uma exceção. “O senhor Hades não irá gostar, mas conheço uma única mulher que é capaz de fazê-lo ouvir essa moça”, refletiu.

Dado um certo tempo, a barca ancorou em solo firme e em meio ao nevoeiro Lydia fixou o seu olhar no castelo majestoso que se encontrava no alto de uma montanha. “Será que Edgar está lá?”, perguntou-se.

O barqueiro a ajudou a descer da embarcação e Raven veio logo atrás. A região estava fria e muito úmida. Caia uma garoa fina que a deixava com vontade de chorar. Para proteger-se do frio, Lydia colocou o capuz sobre a cabeça. Ela voltou à realidade quando ouviu Raven a convidando:

- Vamos?

Ela acenou positivamente com a cabeça. O mordomo muito gentilmente ofereceu o braço para guiá-la.

Enquanto começavam a caminhar em direção à montanha através de uma estrada com pedras negras que pareciam ônix, Raven confessou quase como murmúrio:

- Pode não parecer, mas estou tão abalado quanto a senhora.

Tudo que ela podia fazer era responder com um sorriso triste e tímido.

O lugar parecia silencioso e os únicos sons que se ouviam eram o vento e o caminhar dos seus sapatos sobre as pedras. Mas aí, Lydia sentiu que estavam sendo seguidos. Parecia o arfar de um cachorro (ou eram mais?), além de um barulho surdo, muito parecido com estocadas de madeira. A curiosidade a atiçava a verificar o que era. Ela virou lentamente a cabeça para trás, mas quando viu quem era, arregalou os olhos, sua respiração ficou um pouco mais acelerada do que normal. Sua agitação foi tanta que fez Raven parar.

Sugestão de trilha: Inevitabilis (Puella Magi Madoka Magica – OST)

E atrás deles estava uma senhora majestosa, magra que vestia um manto cinza bordado com fios de prata e ouro. Seu jeito era gentil, apesar do rosto carrancudo. Ela também tinha parado e estava os encarando. Ao seu lado estava um cão com três cabeças.

Depois de um certo tempo, ela perguntou:

- O que vocês estão fazendo aqui?

Lydia engoliu seco e não conseguiu responder, mas Raven adiantou-se, fez uma reverência e apresentou ambos:

- Perdoe-nos a nossa falta de delicadeza de entrar em vossas terras, senhora…

- Hécate! Pois não, rapazinho?

- Sou Raven, mordomo pessoal dos Ashenbert, descendentes diretos do Conde Cavaleiro Azul. E esta é Lady Lydia Ashenbert…

- Condessa Cavaleiro Azul e blá, blá, blá!! Quanta cerimônia, não? – retrucou a senhora, que se aproximou do casal.

Lydia já tinha ouvido sobre a Senhora dos Caminhos, Hécate, guardiã dos caminhos de todos os seres humanos, mesmo após passar para o plano espiritual. Sem contar que ela era a juíza suprema de vivos e mortos na escolha de seus caminhos. A fairy doctor mal podia acreditar que estava diante dela.

A senhora parou na sua frente, a encarou e indagou:

- Por que seus olhos estão tão úmidos, minha garota?

- Senhora, estou de luto. – respondeu um pouco apreensiva.

- Hum… – e então Hécate segurou o queixo de Lydia e a olhou bem nos fundos dos olhos. – Deixe-me ver… pelos meus registros você está casada com …

- Edgar. Aliás, eu estava casada… – E a fairy doctor não conseguiu continuar por conta do nó na garganta que quase a sufocava.

Reuniu todas as suas forças e com inocência, perguntou à velha senhora:

- Será que é possível resgatar da morte alguém de quem se ama muito?

Hécate soltou o seu queixo, pousou sua mão sob o cajado e respirou profundamente.

- Vou levá-los ao Hades. Ele que tem o controle da saída e entrada de qualquer alma por aqui. – e continuou, desta vez parecia que falava consigo mesma: – Mesmo que aquele tonto tenha a cabeça oca, é ele que manda aqui!

- Vamos! Sigam-me! A estrada é um pouco longa.

Enquanto andavam, Hécate proferiu um nome tão conhecido por Lydia:

- Edgar Sylvanford, não? Ou seria, Edgar Ashenbert?  Bem, agora não importa! Hum… esse menino deu-me um pouco de trabalho. Pensei que seria um caso perdido e não é que ele me surpreendeu? – e virou-se para ela.

Mesmo estando triste, Lydia conseguiu sorrir. E de repente, uma saudades latente assaltou seu coração. Ansiava desesperadamente por aquele sorriso travesso que ele sempre dava, seus cabelos extremamente louros acariciados pelo vento. E o modo que ele a abraçava, parecia que estava protegida de qualquer maldade. Eram tantos sentimentos envolvidos que ela nem percebeu que o cão de três cabeças seguia ao seu lado.

E algum tempo depois, ouviu-se Hécate dizendo:

- Chegamos!

Ending(Fechamento):

Nota da autora: Estamos no 6o capítulo da fanfic. Como você pôde perceber, Lydia e Raven começou a se interagir com os Deuses gregos. Hécate é minha velha conhecida nas andanças de Wicca e Neopaganismo. Mas para quem não é dessa religião, tentei trazer um lado mais humano e fofo da velha Senhora. Para quem quer conhecer mais sobre seu mito, vale acessar o link: Hécate - senhora dos caminhos. Digníssima, acho que Hécate irá interferir em favor de Lydia. Vamos ver no próximo capítulo.

Ah, talvez você tenha estranhado o sobrenome do Edgar, Sylvanford e não Ashenbert. Para quem assistiu o animê ou leu mangá, talvez não conhecia essa informação. O sobrenome Sylvanford aparece nas light novels de Mizue Tani, a autora de Hakushaku to Yousei. Isso porque o Edgar (olha o spoiler) nunca foi descendente direto dos Ashenbert. Na verdade, o pai de Edgar era o Duque Sylvanford e conforme vai se lendo o light, a mãe de Edgar, Jean-Mary, era descendente direta de uma família poderosa francesa… Alvo que muito interessava o Príncipe.  Não vou contar mais senão, estraga a surpresa para quem não leu o light novel. Vale a pena conferir! Segue o link (mas os livros estão traduzidos só para o inglês): Earl and Fairy. É do Dearest Fairy, um dos meus sites preferidos.

E uma brincadeira básica que sempre faço com o pessoal otaku… Acredito que Edgar é bisavô  ou tataravô do Usui Takumi (Kaichou wa Maid Sama) pela descendência inglesa dos personagens e do Tamaki Suoh (Ouran Highschool Host Club), pelos dois terem uma linha francesa… Sem contar que suas atitudes lembram o Usui, e o físico, bem é o Tamaki no século XIX, sem os ataques drama queen que ele tem! XD Oh, a viagem! Tudo bem, eu paro (apanha!!). Bem, quanto a fanfic, o próximo capítulo é bem emocionante! Espero vocês na semana que vem! Beijos e até lá!

sábado, 9 de novembro de 2013

Até as últimas consequências–Capítulo V

(fanfic para Hakushaku to Yousei)
Opening(Abertura):
Um Pacto com a Morte em troca da Vida
Sugestão de trilha: Pugna Infinita (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Enquanto Lugh, Sereia e Raven comunicavam à Tytânia a decisão de Lydia, a fairy doctor saiu escondida da mansão. Pediu uma carruagem em segredo e rumou em direção ao leste. Antes de embarcar na viagem tão perigosa, como dizia Lugh, ela pretendia dar a última cartada. Talvez um blefe para que isso fosse mais suave ou não tivesse tanto impacto.
Perdida em seus pensamentos, mal percebeu que tinha chegado ao seu destino: a mansão dos Phantomhive. A primeira pessoa que a avistou foi Meirin, a empregada atrapalhada que usava óculos pesados. Ela veio ao seu encontro e logo a cumprimentou:
- Bom-dia, Lady Ashenbert! Que honra recepcioná-la! Quer que eu anuncie a sua presença ao conde? – e disse baixinho, como estivesse falando para isso mesma: – hum, hum, isso não é nada bom… sir Sebastian não vai gostar.
Lydia que era uma pessoa avessa aos protocolos, segurou no ombro da criada e falou quase como um sussurro:
- Na verdade, não vim ver o conde…
- Ooooohhhh, não? – indagou curiosa a criada.
- Não! Na verdade preciso conversar com sir Sebastian Michaelis.
E então, Meirin lhe revelou quase num tom de fofoca:
- Sir Sebastian está lá atrás. No jardim das roseiras… Não sei o que ele faz lá! Afinal, esse é o trabalho de Finny.
- Você poderia ensinar-me o caminho? – perguntou a condessa.
A empregada coçou a cabeça e disse meio em dúvida:
- Hum… Si-si-sim!
Lydia muito delicadamente a agradeceu e seguiu em direção ao jardim das roseiras, conforme as instruções de Meirin. E ia de forma quase furtiva, receosa de encontrar o conde Ciel Phantomhive. Mas parecia que a sorte estava com ela e logo chegou lá, sem ser vista.
Como Meirin tinha comentado, realmente, o cuidado com as roseiras, tão amadas pelo conde, era de responsabilidade de Finny, o jardineiro. Porém, essa era a desculpa para que o mordomo dos Phantomhive encontrava para alimentar os gatos que perambulavam pela mansão. E parecia que a grande maioria o amava. Mas, ele tinha uma eleita… Amber, uma gatinha negra de olhos cor de âmbar que aparecia religiosamente no mesmo horário para receber a primeira refeição das mãos do mordomo.
Sugestão de trilha: Umbra Nirga (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Quando ela chegou à entrada do jardim, ela não precisou pronunciar nenhuma palavra. Ele que estava de costas para ela, com Amber no colo, disse:
- Lady Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul. Estava à sua espera!
E então, ele virou-se e a encarou. Mesmo amando profundamente Edgar, Lydia sempre ficava desconcertada diante de Sebastian. O mordomo alto, de cabelos nigérrimos e olhos cor magenta a intrigava. Mas ela sabia quem era ele… Lydia continou ainda em silêncio e ele a indagou:
- O conde faleceu?
Os seus olhos começaram a ficar úmidos de novo, o coração apertado e com a voz contida ela respondeu:
- Sim! Ontem à noite…
Ainda com Amber no colo, que o encarava de forma apaixonada, Sebastian chegou mais perto da condessa e perguntou:
- Ele foi assassinado?
- Como você sabe?
- Sei de coisas que a senhora nem imagina!! – o mordomo respondeu com um sorriso sarcástico.
Ela caminhou firme em direção a ele e revelou a razão de sua visita:
- Quero fazer um pacto com você! Minha alma é sua, mas para isso, você deverá trazer a alma de Edgar de volta!
Por um momento, parecia que o rosto de Sebastian ficou perplexo. Mas só foi por um instante, talvez fosse ilusão de sua cabeça e aí Lydia viu que o mordomo expressava um sorriso de canto de boca.
- Ora! Ora! E não é que uma humana sabe do meu segredo? Como soube disso?
- Sei de coisas que senhor nem imagina!! – replicou ela com um sorriso triste.
- Pois bem, deixe-me explicar. O meu pacto é com bocchan e não tenho nenhum interesse em desfazê-lo. Sem contar, que sua alma não me desperta nenhum apetite…
Sugestão de trilha: Terror Adhaerens (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Lydia ficou atônita, mas não disse nada e Sebastian continuou:
- Apesar de sir Ciel ser muito jovem, já passou por muita coisa. Assim como seu falecido marido… – e ele deu ênfase à última frase.
- Como por exemplo?
- Ambos perderam os pais muito cedo e de forma trágica. Os dois foram torturados, subjugados e escravizados. Porém, bocchan suplicou por minha ajuda, enquanto sir Edgar seguiu métodos mais ligados à clandestinidade, trabalhou com estelionato, estorquiu dinheiro de ricos, entre outras coisas, tudo para voltar a reerguer o seu nome.
- Sei que ele não foi nenhum santo, mas concorda comigo que ele não teve outra alternativa? – provocou Lydia.
- E os julguei por algum momento? E quem sou eu para julgar alguém? Não é do feitio dos demônios…
E ela avançou mais alguns passos, o mais que o permitido pela etiqueta, e ajoelhou-se perante ao mordomo, implorando entre lágrimas e com as mãos entrelaçadas como estivesse em oração:
- Por favor, diga-me qual o demônio devo procurar para efetuar o pacto?? Por favor, eu rogo…
Ele não a deixou terminar a frase e estendeu a mão para que ela levantasse:
- E também, digo, por favor, não me encare como santo! Aliás, – prosseguiu – acredito que pelo meu conhecimento, sua alma não despertaria o apetite de nenhum demônio…
Ela arregalou os olhos verdes-dourados marcados pela dor, mas não disse nada. Ele beijou Amber entre as orelhas, a colocou no chão e encarou novamente a condessa de forma mais atrevida.
- Isso porque sua alma não foi corrompida…
- Mas…
- Sim, Lady Ashenbert sua bondade, sua compaixão e humildade não são iguarias apreciadas por nós.
Lydia engoliu a seco e manteve o olhar.
- Acredito até que sir Edgar seria um forte candidato há alguns anos… Mas, depois que ele percebeu que a Espada Merrow não era para ser encarada como instrumento da sua vingança, e sim como sinal de coragem, ele perdeu o posto de candidato a qualquer pacto seja com quem fosse… – confessou o mordomo.
E como tivesse necessidade de se confidenciar, contou a Sebastian sobre o que tinha acabado de saber:
- Lugh, o Senhor dos Leprechauns, revelou-me que Edgar pode estar preso em um dos infernos. Então, todos vão para os infernos? Ou o inferno?
Ele sorriu e respondeu:
- A senhora diz coisas engraçadas. – mudou de feição e prosseguiu: – na verdade, o que vocês, humanos, encaram como o inferno, nada mais que é um conjunto de submundos. E são vários tipos e diversos destinos. E submundos não são apenas locais para onde vão os mortos… eles também agem nos caminhos para autoconhecimento, seja para humanos, seja para outros tipos de seres…
O silêncio que dominou por alguns minutos o ambiente, foi quebrado, novamente, por Sebastian:
- A alma de lord Edgar talvez esteja entre os mundos dos mortos, mas são muitas categorias. E posso te garantir que cada categoria serve para um determinado tipo de ser. – por um momento estranhou-se por revelar tantos segredos para uma humana. O que teria feito sucumbir e confessar tantos mistérios para aquela mulher? Questionou-se se chegou a sentir alguma coisa por ela… Será?
Ela por sua vez, continuava  encarando-o, esperando por mais respostas… E aí, ele retornou a falar:
- Pois posso lhe dar um palpite?
- Por favor… – disse Lydia debilmente.
- Comece pelo castelo de Hades e Perséfone. É para lá que a maioria dos mortos chegam para a triagem do caminho.
Nesse momento, uma outra voz masculina se fez presente no jardim:
- Milady, acredito que devemos partir o quanto antes. – disse Raven.
Ambos viraram para Raven. Ela, supresa e Sebastian… bem, Sebastian continuava impassível.
- Então, não irei mais incomodá-lo. Vou seguir seu conselho. – falou Lydia com algumas lágrimas nos olhos e completou num sussurro: – Muito obrigada!
Ele não sabia por qual razão, mas sentiu-se abalado com a franqueza e meiguice de Lydia. E logo ele, Sebastian Michaelis, que como já foi lhe dito, um ser que não amava nada e ninguém.
Ela fez uma leve reverência para ele que retribuiu de certo modo caloroso. E, então, retirou-se acompanhada de Raven. A única coisa que Sebastian fez naquele momento foi acompanhá-los com os olhos e somente isso…
Ending(Fechamento):
Nota da autora: Bem, eu já tinha avisado… Sebastian Michaelis, o mordomo mais amado de Kuroshitsuji, iria fazer uma participação especial. Aliás, ele será mencionado mais algumas vezes durante a fic (olha um spoiler leve…). Pois é, deu para perceber que o adoro, não? Particularmente, amo esse capítulo porque ele é, de certa forma, contraditório. Explico! Afinal, não poderia o Lugh ter contado tudo isso para a Lydia? Poderia… Mas achei mais bacana se o Sebastian contasse… Afinal, ele é um mordomo (demônio) em tanto! E quem curtiu um shipper leve entre ele e a Lydia, levanta a mão aí! Sabia que o povo iria gostar! É interessante a possibilidade de uma mulher meiga e fofa como a Lydia pudesse dar uma bela mexida no coração de um demônio como Sebastian. Bem, na próxima semana, começa a viagem de Lydia em busca da alma de Edgar. E ela terá como parceiro o Raven! Até a semana que vem! Beijos e obrigada por ler a fic!

Até as últimas consequências–Capítulo V

(fanfic para Hakushaku to Yousei)
Opening(Abertura):
Um Pacto com a Morte em troca da Vida
Sugestão de trilha: Pugna Infinita (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Enquanto Lugh, Sereia e Raven comunicavam à Tytânia a decisão de Lydia, a fairy doctor saiu escondida da mansão. Pediu uma carruagem em segredo e rumou em direção ao leste. Antes de embarcar na viagem tão perigosa, como dizia Lugh, ela pretendia dar a última cartada. Talvez um blefe para que isso fosse mais suave ou não tivesse tanto impacto.
Perdida em seus pensamentos, mal percebeu que tinha chegado ao seu destino: a mansão dos Phantomhive. A primeira pessoa que a avistou foi Meirin, a empregada atrapalhada que usava óculos pesados. Ela veio ao seu encontro e logo a cumprimentou:
- Bom-dia, Lady Ashenbert! Que honra recepcioná-la! Quer que eu anuncie a sua presença ao conde? – e disse baixinho, como estivesse falando para isso mesma: – hum, hum, isso não é nada bom… sir Sebastian não vai gostar.
Lydia que era uma pessoa avessa aos protocolos, segurou no ombro da criada e falou quase como um sussurro:
- Na verdade, não vim ver o conde…
- Ooooohhhh, não? – indagou curiosa a criada.
- Não! Na verdade preciso conversar com sir Sebastian Michaelis.
E então, Meirin lhe revelou quase num tom de fofoca:
- Sir Sebastian está lá atrás. No jardim das roseiras… Não sei o que ele faz lá! Afinal, esse é o trabalho de Finny.
- Você poderia ensinar-me o caminho? – perguntou a condessa.
A empregada coçou a cabeça e disse meio em dúvida:
- Hum… Si-si-sim!
Lydia muito delicadamente a agradeceu e seguiu em direção ao jardim das roseiras, conforme as instruções de Meirin. E ia de forma quase furtiva, receosa de encontrar o conde Ciel Phantomhive. Mas parecia que a sorte estava com ela e logo chegou lá, sem ser vista.
Como Meirin tinha comentado, realmente, o cuidado com as roseiras, tão amadas pelo conde, era de responsabilidade de Finny, o jardineiro. Porém, essa era a desculpa para que o mordomo dos Phantomhive encontrava para alimentar os gatos que perambulavam pela mansão. E parecia que a grande maioria o amava. Mas, ele tinha uma eleita… Amber, uma gatinha negra de olhos cor de âmbar que aparecia religiosamente no mesmo horário para receber a primeira refeição das mãos do mordomo.
Sugestão de trilha: Umbra Nirga (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Quando ela chegou à entrada do jardim, ela não precisou pronunciar nenhuma palavra. Ele que estava de costas para ela, com Amber no colo, disse:
- Lady Ashenbert, condessa Cavaleiro Azul. Estava à sua espera!
E então, ele virou-se e a encarou. Mesmo amando profundamente Edgar, Lydia sempre ficava desconcertada diante de Sebastian. O mordomo alto, de cabelos nigérrimos e olhos cor magenta a intrigava. Mas ela sabia quem era ele… Lydia continou ainda em silêncio e ele a indagou:
- O conde faleceu?
Os seus olhos começaram a ficar úmidos de novo, o coração apertado e com a voz contida ela respondeu:
- Sim! Ontem à noite…
Ainda com Amber no colo, que o encarava de forma apaixonada, Sebastian chegou mais perto da condessa e perguntou:
- Ele foi assassinado?
- Como você sabe?
- Sei de coisas que a senhora nem imagina!! – o mordomo respondeu com um sorriso sarcástico.
Ela caminhou firme em direção a ele e revelou a razão de sua visita:
- Quero fazer um pacto com você! Minha alma é sua, mas para isso, você deverá trazer a alma de Edgar de volta!
Por um momento, parecia que o rosto de Sebastian ficou perplexo. Mas só foi por um instante, talvez fosse ilusão de sua cabeça e aí Lydia viu que o mordomo expressava um sorriso de canto de boca.
- Ora! Ora! E não é que uma humana sabe do meu segredo? Como soube disso?
- Sei de coisas que senhor nem imagina!! – replicou ela com um sorriso triste.
- Pois bem, deixe-me explicar. O meu pacto é com bocchan e não tenho nenhum interesse em desfazê-lo. Sem contar, que sua alma não me desperta nenhum apetite…
Sugestão de trilha: Terror Adhaerens (Puella Magi Madoka Magica – OST)
Lydia ficou atônita, mas não disse nada e Sebastian continuou:
- Apesar de sir Ciel ser muito jovem, já passou por muita coisa. Assim como seu falecido marido… – e ele deu ênfase à última frase.
- Como por exemplo?
- Ambos perderam os pais muito cedo e de forma trágica. Os dois foram torturados, subjugados e escravizados. Porém, bocchan suplicou por minha ajuda, enquanto sir Edgar seguiu métodos mais ligados à clandestinidade, trabalhou com estelionato, estorquiu dinheiro de ricos, entre outras coisas, tudo para voltar a reerguer o seu nome.
- Sei que ele não foi nenhum santo, mas concorda comigo que ele não teve outra alternativa? – provocou Lydia.
- E os julguei por algum momento? E quem sou eu para julgar alguém? Não é do feitio dos demônios…
E ela avançou mais alguns passos, o mais que o permitido pela etiqueta, e ajoelhou-se perante ao mordomo, implorando entre lágrimas e com as mãos entrelaçadas como estivesse em oração:
- Por favor, diga-me qual o demônio devo procurar para efetuar o pacto?? Por favor, eu rogo…
Ele não a deixou terminar a frase e estendeu a mão para que ela levantasse:
- E também, digo, por favor, não me encare como santo! Aliás, – prosseguiu – acredito que pelo meu conhecimento, sua alma não despertaria o apetite de nenhum demônio…
Ela arregalou os olhos verdes-dourados marcados pela dor, mas não disse nada. Ele beijou Amber entre as orelhas, a colocou no chão e encarou novamente a condessa de forma mais atrevida.
- Isso porque sua alma não foi corrompida…
- Mas…
- Sim, Lady Ashenbert sua bondade, sua compaixão e humildade não são iguarias apreciadas por nós.
Lydia engoliu a seco e manteve o olhar.
- Acredito até que sir Edgar seria um forte candidato há alguns anos… Mas, depois que ele percebeu que a Espada Merrow não era para ser encarada como instrumento da sua vingança, e sim como sinal de coragem, ele perdeu o posto de candidato a qualquer pacto seja com quem fosse… – confessou o mordomo.
E como tivesse necessidade de se confidenciar, contou a Sebastian sobre o que tinha acabado de saber:
- Lugh, o Senhor dos Leprechauns, revelou-me que Edgar pode estar preso em um dos infernos. Então, todos vão para os infernos? Ou o inferno?
Ele sorriu e respondeu:
- A senhora diz coisas engraçadas. – mudou de feição e prosseguiu: – na verdade, o que vocês, humanos, encaram como o inferno, nada mais que é um conjunto de submundos. E são vários tipos e diversos destinos. E submundos não são apenas locais para onde vão os mortos… eles também agem nos caminhos para autoconhecimento, seja para humanos, seja para outros tipos de seres…
O silêncio que dominou por alguns minutos o ambiente, foi quebrado, novamente, por Sebastian:
- A alma de lord Edgar talvez esteja entre os mundos dos mortos, mas são muitas categorias. E posso te garantir que cada categoria serve para um determinado tipo de ser. – por um momento estranhou-se por revelar tantos segredos para uma humana. O que teria feito sucumbir e confessar tantos mistérios para aquela mulher? Questionou-se se chegou a sentir alguma coisa por ela… Será?
Ela por sua vez, continuava  encarando-o, esperando por mais respostas… E aí, ele retornou a falar:
- Pois posso lhe dar um palpite?
- Por favor… – disse Lydia debilmente.
- Comece pelo castelo de Hades e Perséfone. É para lá que a maioria dos mortos chegam para a triagem do caminho.
Nesse momento, uma outra voz masculina se fez presente no jardim:
- Milady, acredito que devemos partir o quanto antes. – disse Raven.
Ambos viraram para Raven. Ela, supresa e Sebastian… bem, Sebastian continuava impassível.
- Então, não irei mais incomodá-lo. Vou seguir seu conselho. – falou Lydia com algumas lágrimas nos olhos e completou num sussurro: – Muito obrigada!
Ele não sabia por qual razão, mas sentiu-se abalado com a franqueza e meiguice de Lydia. E logo ele, Sebastian Michaelis, que como já foi lhe dito, um ser que não amava nada e ninguém.
Ela fez uma leve reverência para ele que retribuiu de certo modo caloroso. E, então, retirou-se acompanhada de Raven. A única coisa que Sebastian fez naquele momento foi acompanhá-los com os olhos e somente isso…
Ending(Fechamento):
Nota da autora: Bem, eu já tinha avisado… Sebastian Michaelis, o mordomo mais amado de Kuroshitsuji, iria fazer uma participação especial. Aliás, ele será mencionado mais algumas vezes durante a fic (olha um spoiler leve…). Pois é, deu para perceber que o adoro, não? Particularmente, amo esse capítulo porque ele é, de certa forma, contraditório. Explico! Afinal, não poderia o Lugh ter contado tudo isso para a Lydia? Poderia… Mas achei mais bacana se o Sebastian contasse… Afinal, ele é um mordomo (demônio) em tanto! E quem curtiu um shipper leve entre ele e a Lydia, levanta a mão aí! Sabia que o povo iria gostar! É interessante a possibilidade de uma mulher meiga e fofa como a Lydia pudesse dar uma bela mexida no coração de um demônio como Sebastian. Bem, na próxima semana, começa a viagem de Lydia em busca da alma de Edgar. E ela terá como parceiro o Raven! Até a semana que vem! Beijos e obrigada por ler a fic!